CELEBRAÇÃO DOS 150 ANOS DE AFONSO ARINOS

Sesquicentenário de Afonso Arinos foi comemorado em 2018, porém a ALNM não teve condições de levar a termo todas as atividades idealizadas. Em vista disso, decidiu-se em Assembleia que novos eventos deveriam acontecer no ano 2019, para que as comemorações fossem condizentes com a estatura de Afonso Arinos, o maior literato nascido em Paracatu e um dos maiores do Brasil.

O auditório da EE Antônio Carlos serviu de palco para as atividades comemorativas. No dia 21 de maio de 2019, às 7:40 da manhã, a presidente da ALNM Helen Pimentel abriu os eventos que se estenderam durante a “Semana dos 150 Anos de Afonso Arinos”, explanando brevemente sobre a vida e obra do autor. A seguir, anunciou a apresentação do conto “Assombramento”, do livro Pelo Sertão (1898), obra de estreia do autor mineiro Afonso Arinos (1868-1916), pela professora e historiadora Teresinha Guimarães e pela professora, educadora de arte e poetisa Maria Teresa Cambronio.

Trata-se de um raro conto fantástico brasileiro ambientado nos “sertões”, que também poderia ser elencado no gênero horror. O Assombramento conta a estória de um homem chamado Manuel Alves, o Cuiabano, que desafiou passar a noite num casarão de uma fazenda abandonada, em que todos que passavam pelo caminho, levando as tropas diziam que o lugar era mal-assombrado. Ele manda um companheiro armar a rede na sala da frente e, a noite, pega sua garrucha, uma binga, uma lamparina e vai para a casa cumprir a sua promessa. Passa por situações de muito pavor e valentia ao mesmo tempo, dentro dos cômodos da casa, lutando contra os fantasmas. Na verdade, a casa mal-assombrada da fazenda guardava um grande tesouro em moedas de ouro, dentro de um forno velho que acabou desabando em cima do tal Manuel Alves.

Os alunos das escolas Municipais Joaquim Adjuto (manhã) e CAIC (tarde), assistiram a encenação com muita atenção, porém volta e meia, quando apareciam cenas de suspense, faziam movimentos e gestos de espanto, juntamente com as atrizes. No final as crianças receberam moedas de ouro de chocolate e pedacinhos de rapadura. Professores e alunos se manifestaram falando que gostaram muito do aprendizado sobre Afonso Arinos.

As acadêmicas Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio e Teresinha de Jesus Santana Guimarães durante a encenação de O Assombramento.


Ainda durante os eventos programados para a celebração de 150 Anos do Nascimento de Afonso Arinos, as acadêmicas Eleusa Spagnuolo Souza e Benedita Soares Costa desenvolveram um trabalho pedagógico com alunos do Ensino fundamental ll de escolas públicas.

No dia 22 de maio de 2019, o evento ocorreu na E.E. Antônio Carlos, em dois momentos:

7:40 às 8:40 – E.M. Cacilda Caetano (90 alunos – 6ª Série)

                      – E.E. Olindina Loureiro (60 alunos – 5ª Série)

13:40 às 14:40 – E.M. Cacilda Caetano (34 alunos – 6ª Série)

                         – E.E. Altina de Paula  (70 alunos – 8ª Série)

O trabalho foi dividido em duas partes. 

Na primeira parte deu-se conhecimento do sentido do evento, o que  motivou o mesmo, ressaltando a importância da inserção do jovem aluno na cultura de Paracatu. Foi apresentada uma ligeira biografia de Afonso Arinos, a análise de suas obras literárias mais importantes e que retratam a figura do caboclo sertanejo, seus costumes, seus valores, suas dores e alegrias. Foi ressaltado que são personagens convivência diária do escritor, de quando ele vinha passar as temporadas de férias com os familiares nas fazendas onde moravam. Afonso Arinos gostava de ficar conversando com os peões e ouvir suas histórias, nas quais ele se inspirou para compor grande parte de suas obras.

Na segunda parte os alunos tomaram conhecimento de um poema do autor, “Buriti perdido“, retirado do livro de sua autoria: Pelos Sertões. 

Após leitura e interpretação do texto, com estudo de várias palavras e expressões usadas na época, os alunos, em grupos, selecionaram alguns parágrafos onde destacaram a forma de expressão do autor e como ele se aproxima do falar sertanejo, o que faz com que sua obra seja estudada e apreciada por vários críticos da literatura brasileira.

Com esse trabalho os alunos ficaram conhecendo um pouco da vida e da obra desse grande escritor brasileiro, filho de Paracatu, que engrandece e honra o nome da nossa cidade.

Para muitos alunos ficou clara a vontade de aprofundar no conhecimento da vida e obra de Afonso Arinos de Melo Franco.

No terceiro dia (23/maio) das atividades realizadas na Semana Afonso Arinos, foi apresentada a encenação de um esquete teatral pelas acadêmicas Daniela e Help. Tal encenação foi inspirada na narrativa própria do universo descrito e evidenciado no conto Pedro Barqueiro, de autoria do autor homenageado. 

As acadêmicas Daniela Prado e Maria do Socorro “Help” (da esquerda para a direita) encenam um esquete produzido pela Help, inspirado nos personagens de Afonso Arinos.

O texto foi escrito pela Help, e tem a ação de dois personagens, tropeiros que conduzem um numeroso rebanho de bois, de uma fazenda para outra. A cena dramatizada busca trazer os acontecimentos e a prosa típica dos dois personagens, no momento em que interagem entre si, na chegada em um rancho, onde seria o pouso para o pernoite. Nessa prosa, breves imagens do sertão mineiro são delineadas, com detalhes característicos do linguajar e dos costumes próprios daquele contexto.

Na cenografia do palco, objetos traduziam alguns costumes da época: cobertas de tear, bruacas, moringas de barro, canecas de alumínio, trempes e panelas de ferro.  Ao fundo, uma sonoplastia, com sons próprios da natureza: tropel de cavalos, galo cantando, chuva caindo, passarinhos, berrante, grilos e sapos coachando, envolviam o público em um apelo sensorial, resultando em sensação de pertencimento àquele contexto.


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